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Nova crônica do jornalista Léo Borba



Por: Léo Borba/Santa Catarina


Isolado e quieto Acordou com o clarão cinzento da manhã e ficou a observar a fila crescente.


Em pé na soleira da janela fechada, o pombo não arrulha. Não se meche. No seu mutismo e inércia, parece contar os que caminham em direção à porta de entrada; num cortejo de fila única, cada um com o cartão do SUS, o RG e a requisição.


Dentro da máscara, carregam sintomas e ansiedades. Um a um, entram no grande salão. Sentados, esperam pelo teste. E sabem que o resultado, tal qual um veredicto, só será conhecido em dez dias.


Preocupados, não percebem o vulto do pombo na janela de vidro que, isolado e quieto, observa a fila crescente na manhã cinzenta de janeiro.

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